O filme “Eduardo e Mônica” foi uma grata surpresa que encontrei no Globoplay. Sabe aquelas obras que você pensa: por que eu deixei de ver essa maravilha no cinema?
Pois bem, o filme tem a direção de René Sampaio, o mesmo de “Faroeste Caboclo”, que também homenageou outro sucesso de Renato Russo. Um filme que veio para preencher algumas lacunas históricas que a lendária música deixou.
Neste singelo texto, eu procuro dissertar a respeito da obra — sem Spoiler — em três perspectivas diferentes: a música, o filme e a realidade. Confira!
A música sobre Eduardo e Mônica
A faixa “Eduardo e Mônica” fez parte do álbum “Dois”, da banda Legião Urbana. Foi lançado em 20 de julho de 1986 e o disco vendeu mais de 900 mil cópias em todo o Brasil.
Para quem não conhece a música, a obra fala de um casal completamente diferente. Até aí nada de muito inovador, afinal de contas existem diversos casais que são bem opostos.
Só que cada verso durante os 4 minutos e 30 segundos da música faz com que a gente imagine a história. Com certeza cada fã tem a sua própria versão do Eduardo e da Mônica.
É uma balada romântica com um ritmo envolvente, alegre e que retrata um casal normal. No entanto, a genialidade de Renato Russo não era nada normal.
A letra entrega referências não apenas de Brasília, palco central da trama, mas pinceladas de música, arte, cinema, novela e assim por diante.
Uma música que gera um filme na cabeça não poderia deixar de virar um filme. E foi exatamente isso que aconteceu mais de 30 anos depois.
O filme sobre a música
Pois bem, em uma parceria incrível entre René Sampaio, o diretor, e Bianca De Felippes, a produtora, saiu do papel o tão aguardado filme sobre essa história de amor.
O elenco parece que foi escolhido a dedo, pois Gabriel Leone (Eduardo) e Alice Braga (Mônica) entregam interpretações fantásticas.
Embora o longa seja de 2020, o público só conseguiu curtir nas telonas em 2022, muito por conta da terrível pandemia que vivenciamos.
Cada segundo do filme é uma ode à música em seus mínimos detalhes, mas também uma perspectiva original que faz a gente querer saber tudo até subirem os créditos.
O filme complementa a música e mexe com os sentimentos de quem assiste. A trilha sonora, a fotografia, os cenários, as referências e diversos outros aspectos tornam esse filme completo.
A produção é tão boa que ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival de Edmonton, no Canadá. Passou por mostras de cinema em Portugal, EUA e França inclusive.
Os personagens reais da música
O Eduardo da vida real não se formou no curso retratado no filme, nem tão pouco a Mônica fez Medicina como estava na música, mas o amor é a única peça verdadeira da trama.
Fernando Coimbra e Leonice Coimbra, casados há mais de 40 anos, são os verdadeiros personagens da música. Renato Russo era amigo do casal desde a década de 1980.
Eles conheceram Renato em um centro acadêmico da UNB (Universidade de Brasília), quando Fernando fazia Antropologia. Renato frequentava ali para tocar com a sua banda.
O Fernando é diplomata brasileiro no México, já a Leonice é artista plástica. Ótimos detalhes da convivência com Renato Russo foram revelados em entrevista à Folha de São Paulo.
Ela não era mais velha do que ele, eles não tiveram gêmeos e talvez até batalharam grana, mas tinham suas reservas financeiras, pois viajaram muito por conta do trabalho.
Embora a música não retrate literalmente a história desse casal, nem o filme retrate literalmente a história que nós idealizamos na música, o amor foi capaz de interligar tudo.
Por mais que Eduardo e Mônica fossem bem diferentes, fica a lição de vida que um relacionamento se sustenta pela parceria e por deixar a pessoa ser livre, bem como entender que às vezes “não existe razão nas coisas feitas pelo coração”.
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