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A Governança Corporativa seria a salvação do futebol brasileiro?

No que se refere à boa administração, será que adotar boas práticas de Governança Corporativa poderia salvar os clubes de futebol de uma derrocada financeira?

Na ausência de partidas oficiais no início da pandemia, a gestão financeira dos clubes se tornou uma pauta recorrente em programas esportivos, até mesmo no sentido de fazer projeções para as próximas temporadas.

Para se formar um time competitivo, as associações desportivas devem pensar em investir estrategicamente, mas sempre “pisando em ovos” para não ficar no prejuízo.

Neste artigo, você entenderá melhor como a Governança Corporativa pode ser uma “luz no fim do túnel” no futebol. Acompanhe a leitura e confira!

Como está a situação do futebol brasileiro?

Segundo dados da empresa Sports Value, especialista em marketing esportivo, a realidade financeira dos clubes brasileiros de futebol mostra um panorama complexo.

Para se ter uma ideia, nos últimos 6 anos (até 2019), clubes como Cruzeiro, Corinthians e São Paulo tiveram um déficit somado superior a 1 bilhão de reais.

Governança Corporativa: déficit dos clubes [imagem 1]
Fonte: Sports Value

Vários clubes perderam o controle sobre os custos com o futebol, por causa da pressão por resultados, má gestão, corrupção, gastos excessivos, entre outros fatores.

Embora Flamengo, Palmeiras, Atlético-PR e Grêmio tenham uma saúde financeira equilibrada nos últimos anos, essa não é a realidade que impera no futebol brasileiro.

A pandemia trouxe fortes problemas nos caixas dos clubes, no entanto, ela também serviu para escancarar a situação econômica de times que já vinham mal das pernas.

O projeto “Botafogo S/A”, por exemplo, poderia ser replicado, mas será que todos os clubes estão preparados para assumir as diretrizes de uma Governança Corporativa?

O que é Governança Corporativa?

A partir da definição do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), entende-se como um sistema de boas práticas de gestão dentro de um caminho ético.

É uma maneira de realizar recomendações objetivas que alinham interesses de stakeholders e gestores, a fim de otimizar o valor da empresa.

No entanto, para que as organizações ponham em vigor esse sistema, obviamente que é imprescindível seguir os pilares que sustentam a Governança Corporativa, que são:

  • transparência — as decisões devem ser claras, cujas informações são relevantes e acessíveis;
  • prestação de contas — todas as atividades realizadas precisam ser concisas e compreensíveis, de modo que os sócios e as partes interessadas estejam a par da situação;
  • equidade — destinar um tratamento justo e pautado pela isonomia, prezando por tópicos como necessidades, expectativas, direitos e deveres;
  • responsabilidade corporativa — é crucial que a empresa adote uma postura de compromisso e dedicação para gerir melhor os recursos que dispõe, no intuito de alcançar uma viabilidade econômica e sustentável.

Embora as transformações organizacionais aconteçam de forma exponencial, o conceito de governança começou a ser mais bem assimilado no século XXI.

Por causa de irregularidades financeiras em empresas como a extinta Enron, a Lei Sarbanes-Oxley (SOX) evidenciou a importância da Governança Corporativa.

De que forma a Governança Corporativa poderia ajudar o nosso futebol?

Apesar da Lei nº 13.155/15 estabelecer práticas de responsabilidade fiscal e financeira, a boa governança está longe de ser prioridade no futebol brasileiro.

A Governança Corporativa não surge do nada, pois é preciso de um processo contínuo desde o conhecimento sobre a instituição até a implementação de medidas eficientes.

A contratação de uma auditoria externa e independente, a promoção de uma postura ética e a adoção dos pilares básicos de governança já seriam um bom começo.

Com isso, os times de futebol poderiam aumentar sua rentabilidade a longo prazo, conquistar bons patrocínios, contratar melhor, ter boas parcerias etc.

Está mais do que na hora de encarar o futebol brasileiro não somente como entretenimento, mas sim um nicho de mercado que exige profissionalismo.

Portanto, o sentido de Governança Corporativa é um caminho plausível para que o futebol brasileiro entre nos eixos, de modo que os torcedores compreendam o que acontece com seus clubes de coração dentro e fora das quatro linhas.

O que você acha da relação entre governança e futebol? Deixe o seu comentário no post para mostrar sua opinião a respeito do tema.

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